Sérgio Botêlho – Com estabelecimento em tempo impreciso, segundo apreciação acadêmica, a Praia do Jacaré segue encantando paraibanos e turistas
Entre o local de criação e edificação da Cidade Real de Nossa Senhora das Neves e a foz do Rio Paraíba, em Cabedelo, foi estabelecida em tempo ainda não precisamente determinado a localidade do Jacaré.
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Trata-se de uma praia fluvial, resultado do encontro entre o rio Paraíba-Sanhauá e o mar, importante atrativo turístico da Paraíba, e internacionalmente prestigiado ponto de construção e conserto de embarcações .
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Segundo registros publicados pelo Grupo de Cultura e Estudos em Turismo da Universidade da Paraíba, a Cartilha da Praia do Jacaré, a localidade já era mencionada em órgãos de imprensa e em documentos oficiais no século XIX.
O jornal O Publicador, em edição de 3 de março de 1864, reporta a venda de um certo sítio Martins do Jacaré. Em março de 1889 a Gazeta da Parahyba cita explicitamente Jacaré ao descrever um passeio de trem, segundo esclarece a Cartilha.
Por outro lado, cumpre entender o motivo pelo qual a localidade, hoje pertencente ao município de Cabedelo, passou a ser chamada de Jacaré, uma vez que há relatos conflitantes.
Segundo a mesma Cartilha da UFPB, parece não proceder a história de que o topônimo passou a existir a partir de uma sensação dos moradores motivada pelo pouso de hidroaviões dos Correios, na década de 60.
Afinal, nos registros já citados a praia era, ainda no século XIX, conhecida como Jacaré. O mais provável, arremata o documento universitário, é que existiam mesmo jacarés nas redondezas. E há apontamentos históricos a respeito.
O texto acadêmico transcreve uma descrição romântica feita pelo viajante de um paquete ao percorrer o Paraíba-Sanhauá, publicada em matéria da edição de 28 de maio de 1868, do jornal O Publicador: “O Jacaré recostado a sombra de uma gigantesca gameleira, ostenta o sonho de um guerreiro, tostado ao sol de mil batalhas”.
Tais informações temporais servem para contextualizar historicamente a Praia do Jacaré, famosa internacionalmente pelo seu Pôr do Sol ao som do Bolero de Ravel, a encantar gente velha e gente moça, do mundo inteiro.
No aprazível local, tem, ainda, a Feira de Artesanato, onde é comercializado o trabalho de artesãos paraibanos espalhados por todo o estado, a exprimirem a cultura paraibana e nordestina.
Após a última reforma no local, o hoje cognominado Parque do Jacaré acomoda 2 restaurantes, área de piquenique, píer, ciclovia, área de contemplação do pôr do sol e estacionamento.
Tudo isso tendo o histórico rio Sanhauá-Paraíba, berço em que nasceu e foi embalada a Paraíba, como elemento fundamental da harmônica cena que deslumbra os visitantes da Praia do Jacaré.
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