São Paulo e suas histórias: Praça do Patriarca

Sérgio Botêlho – No Centro Histórico de São Paulo está a Praça do Patriarca, que homenageia José Bonifácio de Andrade, uma das figuras mais emblemáticas do Império do Brasil e considerado o Patriarca da Independência

Quando foi inaugurada, em 1912, a Praça do Patriarca, no Centro Histórico de São Paulo, já tinha como companhia de paisagem a vetusta Igreja de Santo Antônio, o mais antigo templo católico remanescente da capital paulista, que segue no mesmo lugar desde o final do século XVI, e o Viaduto do Chá, inaugurado em 6 de novembro de 1892. Faltava-lhe os complementos paisagísticos posteriores do edifício Matarazzo e do Othon Palace Hotel, ambos se prestando atualmente a serviços da Prefeitura Municipal de São Paulo.

A Praça do Patriarca foi construída como peça urbana a serviço da modernização da crescente cidade de São Paulo, sendo ponto inicial e final de linhas de ônibus com destino a outras regiões da capital paulista. O novo espaço público surgia, também, para aliviar o tráfego em uma das pontas do Viaduto do Chá, que toca o velho centro paulistano, cuja passagem era bastante estreita para o trânsito de veículos, bondes e ônibus.

Para tanto, foi tornada pública a área em frente à Igreja Santo Antônio e desapropriados alguns prédios, o que permitiu a edificação da praça, que nasceu sem nome e assim permaneceu até 1922, ano do centenário da Independência do Brasil, quando recebeu o nome de Praça do Patriarca José Bonifácio, depois, nos anos 50, abreviado para Praça do Patriarca.

Uma das curiosidades da praça foi a ausência, por seis décadas, de um monumento capaz de identificar o homenageado com o nome da praça, o que somente veio a acontecer em 1972, ano do sesquicentenário da Independência do Brasil, quando a comunidade libanesa doou à prefeitura paulistana uma estátua do famoso construtor político do ato de Dom Pedro I, que tornou o Brasil independente de Portugal.