Decisão do STF, Lula e eleições 2018

Sérgio Botêlho

Do resultado de ontem do pleno do Supremo Tribunal Federal, acho que a maioria dos que estão começando a ler este post já sabe, ou seja, por seis votos a cinco, com o voto de desempate sendo dado pela presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, foi negado o pedido de habeas corpus interposto pela defesa de Lula contra a prisão do ex-presidente.

Asim, o juiz Sérgio Moro, de Curitiba, pode determinar que Lula seja preso, já que há decisão em segunda instância, no caso, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, condenando o líder petista.

Mas, a avaliação é de que isso somente deva ocorrer após o julgamento de um último recurso da defesa do ex-presidente que ainda pende no Tribunal em Porto Alegre, julgamento que deve acontecer na próxima terça-feira, 10.

A primeira impressão, após o veredito do Supremo, ontem, é a de que Lula está definitivamente fora da eleição 2018, como candidato. O partido deve apresentar um substituto, pelo que se prevê, neste momento, com a tarefa de buscar votos em cima do prestígio do ex-presidente. A Lula vai caber o desafio de transferir esses votos, mesmo no caso de estar preso.

A sessão do Supremo, ontem, transcorreu em clima de tensão, com muitas alfinetadas entre os ministros, até o final dos trabalhos. O voto decisivo, mesmo, foi dado pela ministra Rosa Weber, a única dos 11 ministros de quem não se conhecia a tendência.

Destaque, já na parte final da votação, para a fala do ministro decano, Celso de Mello, que rebateu fala do general Villas Bôas, comandante do Exército, interpretada, por Mello, como tentativa de intromissão no Supremo.

Agora, é esperar as cenas dos próximos capítulos, a praticamente 6 meses da eleição de outubro, onde, até o momento, nenhum dos pré-candidatos à Presidência, a não ser Lula – agora, praticamente fora -, sequer chegou à marca dos 20% dos votos, isto é, de 1/5 dos eleitores, numa eleição de forte pulverização de candidaturas.

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