Não dês ouvidos à maldade alheia!

Sérgio Botêlho – As perspectivas de um Natal e Ano Novo mais efusivos, agora, em 2021, e de um carnaval mais animoso, em 2022, ainda não estão resolvidas do ponto de vista da ciência, e, portanto, da preservação da vida, das aglomerações livres de riscos.

Do ponto de vista científico, a expectativa, no geral da Covid-19, ainda é de uma prorrogação do processo infeccioso rumo a uma situação como é, hoje, a da gripe, por exemplo, contra a qual temos de nos vacinar anualmente.

É que o vírus, qualquer que seja ele, se multiplica e ao mesmo tempo cria novas cepas contra as quais os cientistas têm de estar permanentemente alertas, produzindo imunizantes capazes de as combater. É assim que o processo virótico funciona.

Coronavírus

Com o coronavírus o perigo é maior, ainda, tendo em vista a sua habilidade de propagação, segundo a ciência, e sua elevada capacidade de matar. Portanto, o perigo com as novas variantes criadas a partir de novos surtos infecciosos, em meio a um processo pandêmico que vai e volta, é particularmente muito alto.

A velha gripe

Agora, vejam só. Não é apenas pela questão do coronavírus que devemos permanecer sempre alerta, daqui por diante. Pela gripe, mesmo, já que apesar de tão comum, essa doença mata, e não mata pouco.

Máscara e medidas higiênicas

Se no decorrer do tempo tivéssemos cultivado o hábito de nos armar de máscara, e de redobrar os cuidados higiênicos, no mesmo momento em que nos pegamos atacados pelo vírus da gripe, imagine o que já teríamos evitado de infecção gripal, com expressiva redução de perigos à saúde.

Com essa atitude tão simples e corriqueira, já teríamos evitado mais gastos com o setor, dificultando complicações que trafegam da gripe para outras doenças, driblando as superlotações do sistema de saúde pública, com perigo de vida a tantos, pela falta de dedicação suficiente no combate a outras doenças.

Novos vírus

E tem mais. Sei que não é bom falar sobre isso quando ainda estamos em plena pandemia da Covid-19, lutando para ampliar a vacinação e, por conseguinte, reduzir os níveis de contágios e de mortes, ainda tão elevados, no Brasil e em outras regiões da Terra.

Mas, segundo os cientistas, são consideráveis as chances de termos, em futuro próximo – não se sabe – uma nova pandemia qualquer a partir de um outro vírus a pintar no espaço ou recuperado da nossa longa história no universo, em virtude da destruição perseverante que o ser humano impõe ao planeta. Reconheçamos: um comportamento destrutivo que tem método.

Dessa maneira, é preciso que a máscara vire artefato de uso comum – ao menos, no rosto dos mais sensatos – daqui por diante. Não custa nada, afinal, nem sequer nos prejudica assim tão horrorosamente, do ponto de vista da vaidade. Até há um discreto charme burguês em seu uso.

Pois, é: as festas

Voltando ao Natal 2021 e Carnaval 2022, tão caros aos brasileiros, cuja ausência tanto nos faz falta, essas festas estarão mais garantidas na mesma medida da nossa maior ou menor compreensão sobre as normas científicas de distanciamento social, obediência às regras sanitárias e o uso da máscara. É o mínimo que pregam os cientistas, como regra geral de combate à pandemia.

Importante lembrar que, agora mesmo, outra cepa do coronavírus está se espalhando no Brasil, já, na versão pandêmica da transmissão comunitária, ou seja, da variante passada por habitante mesmo do local onde foi detectada, e que não viajou.

Ou seja, pela explicação científica, é a ocorrência de casos sem vínculo a um caso confirmado, em área definida. Ou seja, é aquela que não é possível rastrear qual a origem da infecção, indicando que o vírus circula entre as pessoas, independente de terem viajado ou não para o exterior.

Significa, pois, que a Delta está ativa e circulando de nós para nós mesmos, no Brasil. Pior: segundo as primeiras impressões científicas, ela é mais transmissível, pode ser mais mortal, e não se sabe, ainda, o grau de resistência aos atuais imunizantes em uso.

Pois bem. Não somente pela perspectiva de termos de volta a alegria mais plena do Natal, do Ano Novo e do Carnaval, e claro, do São João, mas de garantirmos a queda de infecções e de mortes em função da Covid-19, na direção do fim da pandemia, é bom cada um de nós continuar usando máscara, mantendo o distanciamento social e obedecendo às recomendações sanitárias dos médicos. 

Enfim, não dês ouvidos à maldade alheia!

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