A alta temporada para o setor de turismo resultou na expansão de receitas, mas também na superação de 2% do nível de atividade registrado em fevereiro de 2020
Dessa maneira, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) projeta para 2023 um crescimento de 2,5%.
O volume de receitas das atividades turísticas cresceu 29,9% em relação a 2021. Os números são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O presidente da CNC, José Roberto Tadros, destacou que o crescimento inédito de serviços, que inclui turismo, consolida, portanto, um cenário de recuperação depois da pandemia. Ainda segundo Tadros, tem grande potencial para gerar o crescimento necessário para o País. Além disso, o prognóstico é de que o faturamento se mantenha avançando durante todo o ano.
De acordo com Fabio Bentes, economista da CNC, a expansão de receitas do turismo foi na ordem de 4,1% em dezembro, sendo a maior já registrada desde o início da apuração da PMS, há 11 anos.
Mercado de trabalho
Além disso, o processo de recuperação também tem provocado impactos no mercado de trabalho formal. Entre março e agosto de 2020, o turismo teve que eliminar 470 mil vagas formais.
Porém, nos meses subsequentes, cerca de 465 mil vagas de emprego celetista foram criadas. Em consequência, Bentes espera que essa tendência anule a retração da força de trabalho ainda durante esta alta temporada.
Ademais, para 2023, a CNC projeta um saldo positivo entre admissões e desligamentos de 84 mil postos de trabalho no setor.
A Confederação apurou que o segmento acumulou prejuízos de R$ 531,8 bilhões desde o início da crise. Espera-se que, a partir de agora, haja recuperação dos danos.
São Paulo e Rio de Janeiro, epicentros da crise, representam 61% das perdas nacionais, com R$ 248,6 bilhões e R$ 75 bilhões, respectivamente. Assim, acumulam mais da metade do prejuízo total.
Em 2022, o volume de receitas do setro de serviços cresceu 8,3%, segundo a PMS. Após queda em 2020, o principal indicador do setor terciário subiu pelo segundo ano consecutivo.
Maiores avanços
Os serviços prestados às famílias tiveram alta de 24%; e os transportes, 13,3%. Estes segmentos foram os de maior avanço, resultado da redução da quarentena. Hoje, o setor opera com 14% a mais do que em fevereiro de 2020. A CNC projeta avanço de 3,4% para 2023.
Fabio Bentes afirma que, considerando a baixa previsão de crescimento econômico, os serviços e o turismo devem resistir mais a possíveis cenários recessivos.
Contudo, as atividades terciárias tendem a apresentar avanços menos expressivos que em 2022.
Edição do Para Onde Ir: Sérgio Botêlho
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