Ideia prevê a implantação de pedágio urbano, ou taxa de congestionamento, para as regiões mais densas em trânsito de Nova York
Em tempos recentes, o velho continente e até os territórios distantes do Oriente, parecem ter se rendido ao chamado “pedágio urbano”. Agora, parece que o encantamento deste conceito chegou às margens do Atlântico, invadindo as ruas pulsantes de Nova York, a cidade que nunca dorme.
Pois é, a cidade dos arranha-céus, dos táxis amarelos e dos sonhos americanos pretende agora cobrar um preço, não apenas para os sonhos, mas também para a circulação de automóveis. Em particular, o olhar recai sobre a ilustre Ilha de Manhattan, o coração pulsante da cidade. A taxa proposta pode chegar a até 23 verdinhas, convertendo-se em cerca de 110 reais, uma quantia substancial a ser somada aos custos do cotidiano.
Lógica
A lógica por trás deste movimento é simples, mas audaciosa. Desencorajar o uso de automóveis é a chave. O objetivo é dar um suspiro para a cidade que, sob o peso de seu próprio ritmo frenético, se vê engasgada em congestionamentos e poluição. A aspiração é de que a diminuição dos automóveis traga consigo um alívio para as artérias congestionadas de Nova York, permitindo que ambulâncias e carros de bombeiros naveguem mais facilmente por suas veias asfaltadas.
Mas a proposta não acaba aí. A taxa também se apresenta como uma ferramenta para angariar recursos para o transporte urbano, uma forma de investir na melhoria da mobilidade coletiva. E, quem sabe, abrir espaço para os ciclistas, aumentar as faixas de pedestres e, no fim das contas, melhorar a qualidade do ar que a cidade respira.
A ironia é ver o capitalismo, que outrora acelerou desenfreadamente, agora forçado a frear, a desacelerar, a pagar pelo prejuízo causado por sua própria voracidade. É um movimento intrigante, mas necessário, de um capitalismo que corre atrás do próprio prejuízo, buscando reequilibrar a balança entre crescimento e sustentabilidade.
Afinal, se Manhattan é o coração de Nova York, é hora de garantir que este coração continue batendo, mas com um ritmo mais sustentável. E quem sabe, o pedágio urbano seja o primeiro passo nessa longa jornada.
Edição do Para Onde Ir: Sérgio Botêlho
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