Revisão de contratos de concessionárias vem agitando a logística nacional. Com efeito, algumas delas até já pediram para devolver ativos. A primeira, foi a Via-040. Porém, há mais dois pedidos em análise: o da MSVia, da CCR; e o da Triunfo Concebra.
A CCR, no caso, administra trecho da BR-163 em Mato Grosso do Sul compreendendo 847 km entre os municípios de Sonora e Mundo Novo. A segunda toca desde 2014 um lote de 1.176 km das rodovias BR-060, BR-153 e BR-262 entre Brasília e Betim (MG).
Esses processos correm na Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT). Segundo o presidente-executivo da Associação das Concessionárias de Rodovias (ABCR), César Borges, há mais duas concessionárias que avaliam pedir devolução de concessões.
Na matéria, publicada pelo jornal Folha de São Paulo, Borges diz que a pandemia também deve afetar o cronograma de novos leilões. “O governo tem dito que vai manter os 11 leilões de infraestrutura previstos para este ano, mas os projetos foram modelados com uma expectativa de demanda que não é mais a atual. É preciso fazer adaptações para manter a atratividade dos ativos”, aponta o dirigente da ABCR.
Pandemia
De acordo com a Folha, o movimento das estradas concessionadas recuou em média 18,4% em março. O fluxo de veículos de passeio registrou a maior queda: 22,7%. Já o trânsito de veículos de carga teve redução de 4,1%.
Borges considera redução de até 40% no fluxo de caixa das concessionárias. “Não se esperava nada nessa abrangência. A crise se agonizou em razão do necessário isolamento social, e não sabemos como será a retomada e em que velocidade. É preciso manter as concessionárias saudáveis”, afirma.
Na mesa de negociações, destaque para o pedido para um reequilíbrio dos contratos. Nesse sentido, poderiam ser postergadas obrigações das concessionárias, autorização para aumentos de tarifa ou extensão das concessões.