Movimento, que tem como maiores alvos a ciência e a verdade, é ainda mais prejudicial frente ao coronavírus
Retrucando o negacionismo. Infelizmente, o negacionismo nunca esteve tão ativo como neste momento de tormento pandêmico vivido pela humanidade. Ainda mais danosa fica a ação negacionista quanto mais se sabe da força que têm as redes sociais para sua propagação, em nossos dias.
Como resultado da ação deletéria dos negacionistas, difunde-se entre as franjas mais ignorantes da população (que independe de classe social) teorias anticientíficas que tendem a prejudicar o trabalho dos profissionais de saúde na luta contra o vírus.
Decerto, o principal objetivo dos negacionistas é justamente o de desacreditar a ciência e seus profissionais. Dessa forma, para atingir objetivos políticos ou econômicos que somente aos ditos-cujos interessam.
Negacionismo
O negacionista é, antes de tudo, um fraco. Não possui a ânsia pela verdade que tem um cientista nem a persistência dos que, ignorantes, se esforçam para aprender. Enfim, não reúne em si próprio a coragem de expor suas teses num debate pela verdade, de maneira aberta. Isto é, firmado em argumentos extraídos dos fatos capazes de serem comprovados.
Na verdade, o negacionista é um vendedor de ilusões, o mais das vezes, menos por suas convicções do que por seus interesses imediatos. Contra a verdade desconfortável o negacionismo usa e abusa de afirmações taxativas, por via de regra escudadas apenas em informações falsas.
Negacionismo climático
Nos últimos tempos essa turma tem se especializado em negar o aquecimento global. Em nome de ambições econômicas e políticas, 100% escusas, o negacionismo climático tenta esconder o perigo representado pelo aquecimento global. Não somente nega que a temperatura da Terra vem aumentando, como também que haja risco ao futuro do planeta.
Dessa forma, atrapalham as medidas que visam reduzir o aquecimento, causado, principalmente, pela emissão de CO2, em função da atividade humana. Também, aqui, o objetivo é desmoralizar a ciência apostando na ignorância.
Pandemia
Agora, mesmo, durante a pandemia que atinge tão mortalmente a espécie humana, os negacionistas mostram-se de prontidão. Sob a alegação de prejuízo à economia, negam a expansão do vírus e pregam a retomada das atividades em geral.
No entanto, bem ao contrário do que pregam os negacionistas, a ciência prova que o vírus, em muitos países, está em expansão de contágio. A saber, um desses países é o Brasil, longe, ainda, do pico do contágio do coronavírus, dizem os cientistas.
O que a gente, e o mundo inteiro, persegue é o cada vez mais famoso achatamento da curva de contágio. Achatar a curva significa reduzir o ritmo de transmissão do vírus a fim de permitir ao sistema de saúde capacidade de atendimento dos casos mais graves, em UTIs.
De acordo com as respectivas secretarias de Saúde, os estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará e Pernambuco estão com suas UTIs perto do limite.
Na Bahia, o secretário de Saúde fala sobre a necessidade de manter sob controle a taxa de de crescimento dos contágios. No Amazonas, os corpos estão ficando ao lado de pacientes. Assim, nos aproximamos cada vez mais de um quadro próximo ao descrito por Dante.
Portanto, para que o esgotamento não domine de vez o sistema de saúde brasileiro, a ordem da ciência é ficar em casa. Desse jeito, todos os que puderem, ressalvados, é claro, os segmentos efetivamente essenciais. É simples, assim. Qualquer criança entende sem precisar desenhar.
Se aos negacionistas não importa a quantidade de mortos que o Brasil venha a registrar, a nós outros, bem diferentemente disso, importa e muito. Afinal de contas, entre esses mortos, por falta de capacidade de atendimento do sistema de saúde, podem estar alguns dos nossos entes queridos. Inclusive, nós próprios. Por isso é que estamos retrucando o negacionismo.