Quero-queros do autoritarismo mais uma vez desconstruídos

Sérgio Botêlho – Para que o nosso peso e o peso do colchão sejam suportados faz-se necessário um estrado na armação da cama. Quanto mais consistente ele for mais peso suportará, sem favorecer nossa queda. Sem uma plataforma forte não há lançamento de foguete seguro. Tudo, por conseguinte, tem de ter uma base sólida.

No mesmo sentido, a base da vida política de uma nação também tem de ser necessariamente sólida. Sem uma base assim constituída não será possível projetos coesos, duradouros e com melhores chances frente aos obrigatórios concertos partidários e dos indispensáveis consertos no tempo.

Justamente em função dos obrigatórios concertos entre as forças políticas e dos indispensáveis ajustes no tempo, a programas e projetos, é que existe a democracia. Quanto mais a democracia em uma nação for consistente mais instrumentos as autoridades e o povo terão para enfrentar dificuldades.

Porém, apostando no insucesso das nações no enfrentamento às dificuldades da vida pública vivem, incansavelmente, os chamados ‘pescadores de águas turvas’ e embaixadores do autoritarismo, loucos para vender endurecimentos obscurantistas.

São eles, os defensores do obscurantismo, que tentam, diuturnamente, desmoralizar os instrumentos democráticos, no Brasil, com o objetivo de transformar suas teses ditatoriais em argumentos palatáveis aos mais ingênuos.

Em busca da aceitação dos ingênuos às teses autoritárias é que hackers, mais uma vez, empenharam-se em desmoralizar as urnas eletrônicas, no pleito municipal de novembro último, com o intento de desacreditar o adequado processo eleitoral que de forma tão segura vem conduzindo as eleições das mais recentes décadas, no país.

Tanto assim, que eleições brasileiras desde os idos de 1996 têm dado provas constantes de lisura e transparência, permitindo que os resultados eleitorais sejam conhecidos no mesmo dia, e evitando a sempre discutível intervenção humana na interpretação de votos, durante as contagens.

Pois, não era raro, durante essas contagens, em tempos d’antanho, a combinação de equipes partidárias nas cidades do interior, na divisão dos sufrágios, para transferir votos em candidatos de fora para os candidatos de dentro da própria urbe.

Agora, essas transferências de votos na apuração, a despeito da vontade do eleitor, acabaram, assim como acabaram também muitas outras aberrações eleitorais, a partir mesmo da manifestação da vontade do eleitor, na urna.

Se as urnas eletrônicas são hoje mais seguras, tanto melhor para a democracia e tanto pior para os indigitados amantes dos regimes autoritários que somente desejam consolidar estruturas apadrinhadas de poder, com todas as suas mazelas, e gerar o terror no seio da população atemorizada.

Afinal, é com a população atemorizada e com os descontentes mortos ou amordaçados que os ditadores e seus sequazes conseguem impor uma vontade sempre baseada em interesses estritamente pessoais e de grupo, contra a maioria da população.

Felizmente, para gáudio da maioria da população brasileira é que os últimos piratas a investirem contra as urnas eletrônicas foram neutralizados pela Justiça Eleitoral brasileira, com ajuda portuguesa, nas eleições municipais recentemente encerradas. Dessa forma, ao invés da desmoralização o que conseguiram foi mais prestígio à segurança do processo eletrônico do voto, no Brasil.

Portanto, em defesa do vigente processo eletrônico brasileiro de votação e apuração dos votos é que devem os democratas, de todos os matizes, se postarem, sempre. Se há muito a se fazer ainda em favor do aperfeiçoamento da nossa democracia, com certeza esse aperfeiçoamento necessário e bem-vindo não tem nada a ver com a urna eletrônica.

Na verdade, é a urna eletrônica, no momento, a maior garantidora de um processo de votação sadio e limpo. O que cabe ao eleitor, em função dessa garantia, é buscar, cada vez mais, burilar atitudes com vistas à escolha progressiva de gente efetivamente comprometida com o bem-estar da população e com o futuro do Brasil. JOÃO PESSOA E SUAS HISTÓRIAS

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