Não falta oportunidade para que fique cabalmente demonstrada a superioridade dos interesses regionais sobre os nacionais na vida político-partidária, do país. A todo momento essa realidade se revela determinante.
Agora, mesmo, a questão volta à tona em virtude da decisão tomada pelo líder da bancada do PMDB, no Senado Federal, senador Raimundo Lira, da Paraíba, que, não somente renunciou à liderança como, ainda, deixou o partido.
Em sua carta explicativa, Lira explicita que deixa o partido “por questões da conjuntura política da Paraíba” e que considera sempre “o que for melhor para a Paraíba e para os paraibanos”, e anuncia que vai para o PSD.
Outros exemplos, pelo país afora, estão se revelando claramente na chamada janela partidária que se encerra na próxima sexta-feira, 06, onde as mudanças de siglas vão se multiplicando sem qualquer sinal de incompatibilidade ideológica ou programática.
Em outras oportunidades, as mais dramáticas, como são os momentos eleitorais, é comum a dissidência nos partidos em virtude exatamente dos interesses locais, quando lideranças estaduais caminham em sentido diverso do que foi determinado pelas cúpulas nacionais.
Em votações ocorridas tanto na Câmara quanto no Senado, essas dissensões, em obediência a conjunturas locais, são vistas com naturalidade, apesar das contrariedades, e, raramente, acontecem punições.
Para muitos analistas, a falta de uma legislação que imponha maior grau de fidelidade partidária seria fundamental para a melhoria do ambiente político, no país. Mas, convenhamos, mudar a situação é bastante difícil, já que, para tal mudança é de fundamental importância a decisão dos agentes políticos. E esses não desejam mudar a situação. É isso.