10 de abril de 1970: McCartney choca anunciando fim dos Beatles

Apesar de o fim dos Beatles já estar sendo gestado desde 1968, somente em 10 de abril de 1970 Paul McCartney anuncia o fato ao mundo

John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr começaram a tocar juntos como banda em 1962. A separação de The Beatles foi um processo cumulativo marcado por rumores e comentários ambíguos de seus membros no que dizia respeito ao próprio futuro enquanto integrantes da banda. 

Em setembro de 1969, Lennon reservadamente informou a seus companheiros de banda que ele estava deixando o grupo. No entanto, não houve conhecimento público do fato até 10 de abril de 1970, quando McCartney anunciou que também estava deixando o grupo.

Houve numerosas causas para a separação da banda, inclusive o abandono das turnês em 1966 e a morte do empresário Brian Epstein em 1967. Conflitos também surgiram das diferenças na visão artística dos integrantes. 

Tanto Harrison quanto Starr temporariamente deixaram o grupo algumas vezes durante 1968 e 1969; em 1970 todos os quatro membros haviam começado a trabalhar em projetos-solo após terem percebido que o grupo não se reuniria mais. Por fim, a animosidade crescente tornou impossível que o grupo continuasse a trabalhar junto.

Nos anos seguintes, houve parcerias e trabalhos esporádicos de gravação entre os membros do grupo, mas jamais com os quatro ex-Beatles colaborando simultaneamente em uma gravação ou em um concerto novamente. 

Após a morte de Lennon em 1980, os três membros remanescentes reuniram-se para o projeto Anthology em 1994, usando duas demos deixadas por Lennon – “Free as a Bird” e “Real Love” – como base para novas canções gravadas e lançadas como The Beatles.

Morte de Epstein

Uma das figuras fundamentais no lançamento e na promoção mundiais de The Beatles, Brian Epstein também conseguiu manter a banda funcionando como uma unidade. O seu estilo gerencial consistia em deixar o grupo buscar seus próprios projetos e interesses musicais, frequentemente assumindo o papel de mediador quando aconteciam conflitos. 

Este papel minguou após a banda interromper as turnês em 1966: muito embora Epstein ainda continuasse a exercer forte influência, tanto na mediação das discussões entre os membros, quanto administrando as finanças do grupo.

Quando Epstein morreu de overdose em agosto de 1967, surgiu um vazio na banda. John Lennon, que tinha o relacionamento mais próximo com Epstein, também foi o mais afetado por sua morte.

McCartney

Paul McCartney provavelmente sentiu a precariedade da situação relacional do grupo e logo buscou iniciar projetos para manter o grupo coeso. Lennon, Harrison e Starr ficaram perturbados pelo domínio crescente de McCartney na seara musical e nas outras áreas.

Lennon mais tarde refletiu que os esforços de McCartney foram importantes para a sobrevivência da banda, mas que ele ainda acreditava que o desejo de McCartney em ajudar vinha das dúvidas e apreensões deste em seguir carreira-solo.

A fundação da Apple Corps foi conduzida sob a supervisão de Epstein como um projeto de proteção fiscal e sua morte inesperada deixou em suspenso o futuro da companhia. A falta da supervisão de Epstein e a inexperiência dos Beatles enquanto homens de negócios levou à constituição de um projeto caótico quando a banda retornou ao estúdio para produzir seu álbum duplo de 1968, The Beatles, também conhecido como “álbum branco”.

O papel de Epstein como empresário e gerente da banda jamais foi ocupado por qualquer outra pessoa e ao final, a falta de liderança empresarial forte viria a se tornar uma das causas principais da separação dos Beatles.

Mais informações:

Separação de The Beatles

You may also like

Comente