São Paulo e suas histórias: Faculdade de Direito da USP

Sérgio Botêlho – A Faculdade de Direito da USP, no Largo da Sé, ocupa lugar de destaque na história da educação superior, da cultura e da política paulistana e brasileira

Ao serem criados os cursos jurídicos em 1827, cinco anos depois de declarada a independência do Brasil com relação a Portugal, a sede escolhida para instalação da Faculdade de Direito de São Paulo foi o velho convento franciscano localizado no Largo de São Francisco. O convento datava do século XVI.

Do dia primeiro de março de 1828, quando houve a aula inaugural, até 1934, na condição de unidade isolada de ensino superior, recebeu os nomes de Academia de Direito do Largo de São Francisco (título que ainda hoje é preferido por muitos estudantes e professores, ou seja, o de Academia) e de Faculdade de Direito da Cidade de São Paulo (a partir de 1854). Depois disso, a partir de 1934, passou a fazer parte da Universidade de São Paulo, obedecendo a decreto do então presidente Getúlio Vargas.

Desde a sua fundação, a Faculdade de Direito formou inúmeras figuras da maior importância, não apenas para o mundo jurídico, mas também para a vida cultural e política nacional. Além disso, as Arcadas, como é chamada pelos seus ex e atuais alunos e professores, foi repositório de inúmeros movimentos políticos que marcaram a história do Brasil, desde a luta pela abolição da escravatura até as jornadas por eleições diretas e pelo fim da ditadura militar instalada no Brasil em 1964.

O orgulho histórico-cultural da Faculdade de Direito da USP fica demonstrado logo à entrada, com o seu portal ornado com placas de mármore onde se leem os nomes dos poetas Álvares de Azevedo, Castro Alves e Fagundes Varelas.

Em sua existência, a Faculdade de Direito de São Paulo sempre manteve vínculo estreito com a Faculdade de Direito de Recife, também fundada em 1827, que inicialmente foi instalada no Mosteiro de São Bento, em Olinda.

Hoje, como sempre, o Largo de São Francisco, com o prédio da Faculdade de Direito e o conjunto religioso de São Francisco, impõem profundo respeito pelo que representam para a história da cidade e o estado de São Paulo, e do próprio país.