Coronavírus e a ciência: fala um estudioso do campo

Coronavírus e a ciência: fala um estudioso do campo. O que mais chama a atenção dos cientistas é a imprevisibilidade da coisa. Ele chama-se Amílcar Tanuri, professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Vade retro! Ele é da Academia, exclamará o primeiro plantonista antibalb

Sérgio Botêlho

O sujeito é cientista – e talvez seja esse um problema para muita gente que não acredita na ciência – e sua mania, como profissional, é estudar vírus. Como o que está se disseminando pelo mundo há alguns meses, sendo responsável por milhares de mortes.

Ele chama-se Amílcar Tanuri, professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Vade retro! Ele é da Academia, exclamará o primeiro plantonista antibalbúrdia), e carrega nas costas o peso do reconhecimento internacional por seus trabalhos sobre vírus.

Como insisto em acreditar na ciência e, por larga e proveitosa vivência, na Academia, dediquei-me a ler as orientações do dito-cujo, publicadas no site de O Globo sob o título “’Coronavírus é imprevisível, mas pode ser vencido’, diz professor que investigou as epidemias do HIV e ebola”.

Biografia

Alguns dados sobre sua biografia logo chamam a atenção, embora desconfie que para alguns ‘sabions’ não valha nada. Contudo valem muito, para mim, e, também, para milhões de pessoas que ainda se mantêm crédulas no trabalho científico.

“Combateu a epidemia de HIV, esteve na África em 2014 no auge da pior epidemia de ebola. Foi pioneiro no estudo zika. Investigou H1N1, dengue e chicungunha”. Assim resume o jornal sobre a vida científica de Tanuri.

Mas, vamos lá. Pelo título da matéria, logo se vê que o acadêmico é esperançoso, mas, sobretudo, alerta. A entrevista começa pelos seus alertas. Segundo o cientista, o coronavírus Sars-Cov-2 é imprevisível.

E é exatamente por conta de sua imprevisibilidade que ele é bastante perigoso, diz ele. A prova apresentada é sua estonteante propagação. O resultado é que vem se espalhando numa velocidade tal que não se tem ideia real sobre onde ele se encontra, de acordo com Amílcar.

Isso porque, segundo o professor da UFRJ, não se sabe do tamanho da disseminação em pessoas sem sintomas. “Ainda não sabemos {a dimensão da propagação}. Mas, esse vírus está muito difundido, muito mesmo”, assevera.

Ele aproveita para clarear sua afirmação: “Imagine o quanto de vírus não deve haver em circulação na Itália para que pessoas que foram lá passar poucos dias, viajantes, tenham sido infectadas em número tão grande. O vírus lá está em toda parte e avança pelo mundo.”

Ele segue construindo cenários para o Brasil, no que tange à pandemia. Entre esses cenários, um particularmente chamou a atenção: “Que o país seja afetado por uma pandemia de proporções catastróficas.” Os outros dois cenários também não são muito animadores.

Recomendações

Agora, vamos às recomendações, que penosa e diligentemente, a contragosto dos inimigos da ciência e do bom senso, repetem as orientações dos cientistas do mundo inteiro. Quem tiver qualquer sintoma, deve ficar em casa. Os idosos – que nem eu (teimo em não me acostumar com a inexorabilidade do tempo) – devem ficar em casa. Onde, por sinal, já estou isoladinho da Silva!

Segundo ele, os comandos de Saúde, espalhados pelo mundo têm de ganhar tempo para vencer a batalha contra o perigoso ser. E lamenta a capacidade de reação do Brasil por conta do SUS em crise e das nossas condições socioeconômicas. (Xiii!).

E, ainda, do alto de seu envolvimento com a ciência, Amílcar Tanure faz seu diagnóstico: “O vírus deu xeque-mate nos governos do mundo. Nunca priorizaram a saúde, ignoraram avisos. Agora, ou cuidam da saúde ou eles, governos, morrem politicamente. Acabou o espaço para políticos acharem qualquer coisa sem embasamento de medicina sem correrem o risco da culpa por mortes na pandemia.” Está claro ou queriam que ele desenhasse?!

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