Em Carmen Miranda, o que a natureza economizou em tamanho físico, fez transbordar em vocação artística. Nascida em Marco de Canaveses, cidade portuguesa altamente simpática e histórica, chegou ao Rio ainda bebê, para ser artista.
Indo morar no bairro da Lapa, berço da boêmia carioca, a portuguesinha conseguiu assimilar, perfeitamente, o jeito carioca de ser. Dessa maneira, adquiriu status de brasileira, com formação completa em gírias e gostos populares locais.
Sucesso
Assim sendo, e ainda aos 20 anos, começou sua brilhante carreira no Brasil. Isso, em 1929, causando nas emissoras de rádio nascentes no país. Afinal, foi Carmen a primeira artista a ostentar um contrato de rádio na história da comunicação e da cultura nacionais.
A primeira música que gravou foi o samba “Não vá Simbora”. “Se você vai ficar, eu fico, se você vai simbora, eu vou. Se você vai com água, no bico, o culpado é você, amor”. Dessa maneira, Carmen, de cara, começava a mostrar todo o seu talento.
Estados Unidos
Enquanto esteve exclusivamente no Brasil, Carmen chegou a ser a artista mais bem paga do cast da radiofonia nacional. A saber, trabalhou nas rádios Tupi e Mayrink Veiga, além de estrelar na indústria fonográfica, no cinema e no teatro.
Ao mesmo tempo, Carmen Miranda chamou a atenção da poderosa indústria do disco e do entretenimento norte-americanas. Portanto, não teve jeito: embarcou para a América do Norte onde o sucesso também lhe aguardava.
Em síntese, cumprindo a expectativa dos que a contrataram, logo a portuguesa-brasileira repetiu o que acontecera com ela, no Brasil. Com seus balangandãs e espetáculo único, Cármen chegou a receber o maior salário pago a uma artista da música na terra do Tio Sam.
Taí
A marca inicial de seu imenso sucesso nos Estados Unidos tem a data de 26 de dezembro de 1939. Foi quando ela gravou a primeira música na América: Taí (ou Ta hi) pra você gostar de mim. Ainda hoje, hit em todo carnaval tradição que se preze.
Os Estados Unidos, assim como lhe deu fortuna, prestígio e felicidade, se transformou em cadinho de uma infelicidade fatal. Angustiada por um casamento tormentoso, acabou viciada em barbitúricos, falecendo em sua mansão de Beverly Hills, aos 46 anos.
Não, sem antes ter deixado suas impressões na Calçada da Fama, do famoso Chinese Theatre em Hollywood, Estados Unidos. Enfim, o funeral de Carmen, no Rio de Janeiro, contou, em agosto de 1955, com milhares de pessoas, num acontecimento de grande comoção popular.
Fontes
https://pt.wikipedia.org/wiki/Carmen_Miranda
https://pt.wikipedia.org/wiki/Marco_de_Canaveses
https://www.estudopratico.com.br/carmen-miranda-a-pequena-notavel/
https://www.youtube.com/watch?v=U-3caCDJLnM
https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/agenda/hoje-na-historia-26-de-dezembro.phtml
Cármen Miranda em interpretação icônica de “O que é que a baiana tem”, de Dorival Caymmi
Memórias
Assim, Cármen Miranda passa a fazer parte da série Memórias, do Para Onde Ir.
(Sérgio Botêlho)