Café servido muito quente pode até matar, diz pesquisa da UFPB

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Pesquisa da UFPB constata que café servido muito quente, como acontece em João Pessoa, e pode matar, pois, dessa forma, bebida é cancerígena

Cafeterias estão servindo cafés muito quentes
Cafeterias estão servido cafés muito quentes. Crédito: Canva

O café, em João Pessoa – não se sabe a dimensão geográfica nacional do problema já que a pesquisa é localizada – está sendo servido em temperatura acima de 65°C. Portanto, pode provocar câncer no esôfago.

Baseada em evidências epidemiológicas, a agência da Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou as bebidas muito quentes como provavelmente cancerígenas para seres humanos.

Assim, um grupo de professores e alunos do curso de Engenharia de Alimentos da Universidade Federal da Paraíba foi a campo e analisou 100 serviços de alimentação, entre eles 50 lanchonetes populares e 50 coffee shops, que comercializam o produto.

A pesquisa, que envolveu tanto trabalho de campo quanto laboratorial, procurou primeiro identificar quais eram os cafés mais consumidos nesses estabelecimentos. Foram constatados os tipos expresso, nos coffee shops, servidos em xícaras de porcelana; e café preto adoçado, nas lanchonetes populares, armazenados em garrafas térmicas e servidos em copinhos plásticos descartáveis. As xícaras de porcelana e copinhos de plástico eram de tamanho pequeno (50 ml).

Acima da temperatura

De acordo com o estudo, a temperatura de 90% dos cafés servidos pelas lanchonetes populares e a de 68% vendidos pelos coffee shops estava acima de 65 °C, que é a recomendada pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC).

A temperatura dos cafés foi medida por meio de termômetro digital previamente calibrado. “Assim que o café era servido, componente da equipe de pesquisa inseria a sonda do termômetro no café e registrava a temperatura”.  Ao todo, foram avaliados cafés dos tipos preto tradicional (adoçado e não adoçado), café com leite (adoçado), espresso e cappuccino.

Embora a maioria dos cafés estivesse com temperatura de serviço em torno de 70 °C, em um caso específico, registrou-se o alarmante valor de 85 °C, temperatura suficiente para causar, em poucos segundos, queimaduras de segundo grau na pele, em caso de derramamento acidental.

Sabor

O coordenador do estudo explica que um outro motivo para não consumir um café muito quente é o sabor da bebida, pois diversas pesquisas científicos no campo sensorial demonstram que as pessoas preferem consumir café com temperatura na faixa de 58 a 63 °C”. Isso indica que essa faixa de temperatura promove melhor degustação da bebida.

Os resultados da pesquisa, iniciada no ano passado, foram publicados no periódico de alto impacto suíço Foods. A publicação teve coautoria da professora Yuri Ishihara (DEA), dos estudantes de Engenharia de Alimentos da UFPB Igor Costa e Axel Macedo, e do toxicologista Dirk Lachenmeier, da Agência Alemã de Investigações Químicas e Veterinárias (CVUA) em Karlsruhe e membro do grupo de trabalho da AIPC/OMS sobre bebidas muito quentes.

Com informações da Agência UFPB

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