São Paulo e suas histórias: o bairro da Liberdade

O que dá prestígio ao bairro da Liberdade, em São Paulo, hoje, com razões de sobra, é a forte presença asiática expressa em prédios, ruas, culinária, comércio e a cultura mais divulgada. Mas, há raízes profundas fincadas pelas populações afrodescendentes, na largada

Enquadrar culturalmente o Bairro da Liberdade, em São Paulo, é uma tarefa que exige prospecção histórica rigorosa. É que as atualidades estão bem longe de explicar as verdadeiras origens da região. 

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Segundo os especialistas na história da capital paulista, nos escaninhos voluntária ou involuntariamente escondidos da história da Liberdade está uma fortíssima identidade negra a marcar todo o início da vida na região.

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Com efeito, falar hoje em bairro da Liberdade o que imediatamente vem à mente de qualquer um, mesmo gente fora de São Paulo acostumada com informações turísticas, é exatamente a presença asiática.

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Essa presença ganha efetividade logo de cara na intensa divulgação das ruas do bairro com adornos asiáticos. A visita, então, logo comprova muito fortemente a presença especialmente de japoneses, mas também de chineses e coreanos.

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A ocupação nipônica do bairro da Liberdade tem ritmos que obedecem, segundo estudos acadêmicos a eventos históricos nacionais e internacionais, principalmente no que se refere à II Guerra Mundial.

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Mas, praticamente tem início com as primeiras chegadas dos japoneses ao Brasil, em 1908. Uma série de facilidades de moradia e de preservação da cultura, além da localização do bairro, muito próximo do centro da cidade, foram fatores que pesaram muito a favor da preferência nipônica.

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A II Guerra Mundial e a participação do Japão no Eixo, junto com a Alemanha de Hitler e a Itália de Mussolini apresentou um momento de grande prejuízo às pretensões dos migrantes japoneses, em virtude da posição do Brasil na guerra.

Mas, terminado o evento mundial, o que se viu foi o aumento da ‘ocupação’ japonesa do bairro da Liberdade de tal forma que praticamente jogou as raízes negras para a parte escondida da história.

Hoje o que se vê e se divulga, com grande receptividade e razões de sobra para o sucesso, é a cultura japonesa, com destaque para a culinária, que atrai paulistas e não paulistas em grande número para a Liberdade.

Mas, mesmo timidamente, a presença inicial dos afrodescendentes, marcantes em igrejas, praças e traços culturais indeléveis, começa a ser redescoberta e devidamente exposta e valorizada. Algo que, certamente, deve aumentar ainda mais os interesses turísticos pelo bairro da Liberdade.

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