Olavo Bilac, nascido em 16 de dezembro de 1865, permanece como o “Príncipe dos Poetas Brasileiros”, concedido pela revista *Fon-Fon. Sobretudo, foi um poeta amante do formalismo e da obediência ao estilo. Isto é, um ardoroso praticante do parnasianismo.
Olavo Bilac político
Contudo, além de poeta, Bilac exerceu o jornalismo e a política. Não tendo sido médico porque não quis, embora fosse o desejo do pai, que exercia a Medicina. Afinal, Bilac deixou a faculdade no quarto ano, e foi cuidar da vida.
Enquanto jornalista e político, Olavo Bilac terminou arrumando inimigos poderosos. De tal forma que, entre esses inimigos, destacou-se o marechal Floriano Peixoto, segundo presidente republicano. O poeta lhe fez oposição ferrenha, e até preso, ele (Bilac) foi.
O poeta
Mas, foi como poeta que o parnasiano se matriculou para a imortalidade. Não apenas ostentando o título de príncipe da poesia nacional, mas também como um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras.
Com efeito, Bilac criou a cadeira 15 da ABL, que tem como patrono o também poeta Gonçalves Dias. Isto, em 1897, apenas nove anos depois de ter publicado o seu primeiro livro, em 1888, com o título de Poesias.
Hino à Bandeira
Ademais, convém anotar que entre as obras de Bilac que ficaram para a posteridade, uma delas é o Hino à Bandeira. “Salve lindo pendão da esperança, salve símbolo augusto da paz!”, executado sempre que a bandeira brasileira está no centro das atenções cívicas.
Aliás, Bilac cumpriu uma militância cívica fortíssima, em meio à oposição que fazia ao governo militar de Floriano Peixoto. No entanto, empreendeu campanha nacional em favor do alistamento militar obrigatório, que ainda hoje vigora no país.
Ora direis…
O seu primeiro livro, aquele de 1888 (Poesias), contém um soneto que continua belo e perfeito. Trata-se de “Ora direis ouvir estrelas” que encanta pelo lirismo e pela forma, marcas indefectíveis do poeta.
Assim, ao final desse breve apanhado, para registrar a data de nascimento de Olavo Bilac, convém transcrever-lhe os versos, por inteiros.
Ora direis ouvir estrelas
Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto…
E conversamos toda a noite, enquanto
A via-láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: “Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?”
E eu vos direi: “Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas.
*Revista Fon-Fon
Revista brasileira que circulou entre os anos de 1907 e 1958. Em suas páginas, muita ilustração e comentários sobre a vida social e artística da capital federal, o Rio de Janeiro.
Fontes
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fon-Fon
https://www.culturagenial.com/ora-direis-ouvir-estrelas-de-olavo-bilac/
https://www.portugues.com.br/literatura/olavo-bilac.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/Olavo_Bilac
Memórias
O texto sobre Olavo Bilac passa a fazer parte das Memórias publicadas pelo Para Onde Ir.