O que pensam os prefeituráveis sobre a nova onda da Covid-19? 

Sérgio Botêlho – Os novos prefeitos a assumirem a gestão em janeiro do próximo ano chegarão desafiados, de cara. Por um lado, na condução do processo de recuperação econômica pós-pandemia, em seus municípios. Por outro, no enfrentamento a uma segunda onda da Covid-19, realidade na Europa e que vem se esboçando no Brasil. Assim, seria bom saber, agora, no segundo turno, o que pensam os prefeituráveis sobre esse grave problema.

Naturalmente, a posição de cada um resultará de um balanço entre a necessidade de conduzir a administração, o que depende de recursos financeiros, e o compromisso com a preservação de vidas humanas.

Os impostos

Os recursos financeiros à disposição das prefeituras são oriundos dos impostos próprios (ISS e IPTU, por exemplo) e das transferências constitucionais feitas pelos estados e pela União. Em resumo, uma vez que todo o dinheiro vem da arrecadação de impostos, a necessidade de que a economia esteja funcionando bem é enorme.

Por sua vez, o funcionamento econômico vai depender, fundamentalmente, da circulação de pessoas. Portanto, as restrições ao trânsito afetarão diretamente a atividade econômica. Assim vem acontecendo no mundo inteiro, o que não tem impedido, contudo, que até o lockdown tenha sido adotado com alguma recorrência.

A nova onda

O grande e novo problema para os prefeitos que assumirão em janeiro é o recrudescimento da crise sanitária, conforme vêm acentuando os organismos responsáveis pela Saúde, no mundo inteiro.

Na Europa, a segunda onda é, já, uma perversa realidade, enquanto no país a chance de ela estar chegando por aqui é cada vez mais evidente. Diante disso, o que pretendem fazer os agora candidatos a prefeito, ao assumirem prefeituras, pelo país afora?

A pergunta sobre o que pensam os prefeituráveis sobre a nova onda é tanto mais pertinente quanto mais nós sabemos que o Supremo Tribunal Federal incumbiu prefeitos e governadores a estabeleceram, na linha de frente da luta contra a pandemia, as políticas de contenção do vírus, no que se refere à circulação das pessoas e das atividades econômicas e educacionais.

Nesse particular, a maioria dos infectologistas alerta sobre os perigos que a própria economia corre por conta do avanço do vírus, caso medidas de contenção de pessoas circulando não sejam tomadas, em virtude do medo naturalmente representado pelo aumento de casos de morte daí decorrente, e a natural queda na produção provocada pelos infectados cada vez em maior número, por conta da circulação incontida.

Vacina

Com relação ao coronavírus, outra questão a ser posta para pronunciamento dos candidatos é a da vacina. A partir do Sistema Único de Saúde (SUS), a gestão de ações e recursos do setor é dividida entre União, estados e municípios.

Assim, qualquer uma dessas três instâncias pode comprar vacinas para os seus cidadãos. A questão é, diante da politização do assunto, o seguinte: liberada uma vacina, após todas as suas fases cumpridas, e independente de sua procedência, o município, na nova gestão, se dispõe a comprá-la, se for o caso, para aplicação nos munícipes?

A ciência

Do equilíbrio da gestão municipal, diante do problema, vai depender, em larga escala, o sucesso ou o insucesso no combate ao coronavírus. Visando o equilíbrio, é preciso saber o que cada um dos candidatos tem em mente sobre o respeito à ciência. Tudo isso carece de ficar claro logo, agora, para que depois o eleitor não venha a chorar em cima do leite derramado.

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