A estreia mundial da ópera O Guarany, do brasileiríssimo Carlos Gomes, no Scala de Milão, acabou sendo um extraordinário sucesso
Em 19 de março de 1870 o compositor brasileiro Antônio Carlos Gomes estreava, no internacionalmente famoso Teatro Scala de Milão, com enorme sucesso, sua ópera O Guarany, inspirada na obra homônima do escritor cearense José de Alencar, ainda vivo à época.
A ópera conta a história vivida por aventureiros espanhóis e portugueses (Gonzales, Don Álvaro,
Rui Bento e Alonso), e ainda um velho fidalgo português (D. Antônio de Mariz) e sua filha, Cecília (Ceci), os índios Peri (cacique da tribo dos Guaranis) e Cacique (chefe da tribo dos Aymorés).
O livro
A obra O Guarany, de José de Alencar, é um romance de cunho histórico publicado originalmente em 1857, em vários capítulos no Diário do Rio de Janeiro. O livro saiu do prelo no final do ano, ao término do seriado textual no jornal.
A ópera
O Guarany, de Carlos Gomes, por sua vez, é uma ópera em quatro atos, em italiano, com libreto (texto) de Antônio Scalvini. A obra tem como destaque a sua abertura, que tem trecho que vai ao ar, todos os dias, no programa diário A Voz do Brasil, em cadeia nacional de rádio.
Os principais fatos que articulam a história são: a devoção e fidelidade de Peri (termo oriundo do tupi antigo piripiri, uma espécie de junco), índio goitacá, a Cecília de Mariz (que é frequentemente chamada de Ceci, termo derivado do tupi antigo sasy, “a dor dele”: no caso, a dor de Peri por não ver correspondido seu amor por Cecília).
Além disso tem o amor de Isabel por Álvaro, e o amor deste por Cecília; a morte acidental de uma índia aimoré por dom Diogo e a consequente revolta e ataque dos aimorés, tudo isso ocorrendo com uma rebelião dos homens de dom Antônio de Mariz, liderados por Loredano, homem ambicioso e mau-caráter, que deseja saquear a casa e raptar Cecília.
O Guarany já foi adaptado para o cinema, para a televisão, já virou história em quadrinhos e literatura de cordel, e hoje é obra de domínio público. A ópera de Carlos Gomes é até hoje muito apreciada e continua sendo executada e encenada no mundo inteiro.
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