Sérgio Botêlho – O dia hoje amanheceu terça-feira, nada menos e nem mais do que a terça-feira, 29 de junho de 2021. Única no tempo e tão singular quanto são todas as coisas no universo. Importante essa história de saber que todas as coisas no universo são únicas e absolutamente (não gosto desse termo) distintas.
Aqui em Brasília, onde moramos por agora, o tempo, no instante em que escrevo estas apressadas linhas, está cingindo os 11 graus. Para os que vêm do Nordeste, quanto nós, é frio. Mas, há sulistas por aqui que acham agradável essa temperatura. O Brasil é muito diferente, não é? Terra boa de se viver!
Ontem, após 20 dias de intensa perseguição, a polícia matou por aqui um bandido, de nome bíblico: Lázaro. Perverso, havia assassinado com detalhes cruéis uma família inteira sem qualquer chance de defesa. Morreu debaixo de uma saraivada de 125 tiros. ‘Não quis se entregar’, argumentam os policiais. E não quis, mesmo.
Mas, melhor que fosse preso, dizem especialistas no caso. (Fico intrigado com a falta de tecnologias policiais mais eficientes do que simplesmente matar). Parece que não agia só. Era preciso ouvi-lo. O fato é que houve grande alívio na comunidade onde o bandido atuou nas últimas longas e aterrorizantes semanas. Como se já não bastasse a infernal pandemia que atormenta o Brasil e o mundo.
Falar em pandemia, o Brasil ultrapassou de passagem, como se diz, a marca dos 500 mil mortos, e segue contando. Há evidente culpa do atual governo brasileiro na condução do combate ao coronavírus, o vírus do momento, no mundo. Do Palácio do Planalto, de onde o Brasil é governado, a gravidade da pandemia nunca foi levada a sério. E o desprezo continua.
Tanto assim que corre no Senado Federal uma ruidosa Comissão Parlamentar de Inquérito sobre a tragédia. A última suspeita da CPI é de corrupção na compra de vacinas pelo Ministério da Saúde. O governo nega. Há denúncias sendo apuradas e a encrenca só piora a cada dia.
Enquanto isso, há temores justificáveis sobre mais incêndios na Amazônia e no Pantanal. Apesar do inverno, é nesta época onde reina a maior estiagem nessas regiões do país. Juntando a seca com a falta de vontade de impedir – pior do que isso, insidiosos desejos de até acelerar – os incêndios, e novos desastres não tão naturais se avizinham.
Estaríamos na hora de uma economia verde? ‘Elementar, meu caro Watson’, responderia automaticamente Sherlock Holmes a seu fiel assistente. Na verdade, está passando da hora, e muito, e há perigo na esquina. O pior é que não dá para contornar, pois a esquina é nosso único caminho.
Ontem, para concluir, várias gentes proclamaram o respeito à diversidade ao redor do planeta. Afinal, o mundo é diverso e somente o respeito a ela, a diversidade, fará com que possamos bolar um futuro razoável para a humanidade.
Nada do que vemos e convivemos é semelhante. Tentativas de padronização já quase destruíram o ser humano, na Terra. Restaram milhões de mortos e o ensinamento de que essa é uma trilha a ser evitada. Por conseguinte, viva a diferença!
Fim. Amanhã tem mais.