De 1919, ano do primeiro livro, até 1964, quando faleceu, pontificou na cultura brasileira uma mulher chamada Cecília Meireles. Nascida em 07 de novembro de 1901, ela faleceu 63 anos depois, em 09 de novembro de 1964.
Motivo
Em vida, fez poesias do mais alto significado e qualidade. “Eu canto porque o instante existe e a minha vida está completa. Não sou alegre nem sou triste: sou poeta”. Quem pode mensurar o alcance dos significados desses versos únicos?!
O poema, chamado Motivo, é um dos mais belos dessa carioca da gema. Que, no entanto, nos deixou outros, dezenas de outros, tão belos quanto Motivo. Em todos, sente-se poesia e canto, ao mesmo tempo. É que há música na poesia de Cecília Meireles.
Público infantil
“Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo… e vivo escolhendo o dia inteiro! Não sei se brinco, não sei se estudo, se saio correndo ou fico tranquilo. Mas não consegui entender ainda qual é melhor: se é isto ou aquilo”. Essa era a linguagem com que a poeta falava com o público infantil.
Justamente, para as crianças, Cecília Meireles deixou livro ainda hoje considerado como um clássico da literatura infantil. “Ou isto ou aquilo” é o nome da obra às mãos de professoras e alunos pelo Brasil inteligente afora.
Cecília professora
Cecília Meireles formou-se em pedagogia e exerceu o honroso cargo de professora. E o exerceu diuturnamente, nos vários níveis do ensino. Vem daí sua afeição pela poesia dirigida às crianças, como no “Ou isto ou aquilo”.
“Quando a mocidade procura um rumo para a sua vida, leva consigo, no mais íntimo do peito, um exemplo guardado, que lhe serve de ideal. Quantas vezes, entre esse ideal e o professor, se abrem enormes precipícios, de onde se originam os mais tristes desenganos e as dúvidas mais dolorosas!”. Ensinamentos preciosos da professora Cecília Meireles sobre as obrigações docentes com a adolescência.
Cecília jornalista
No modo jornalista, Cecília Meireles escreveu sobre educação no Diário de Notícias e A Manhã, do Rio de Janeiro. Nos dois jornais ela defendia a educação pública, laica e de boa qualidade.
O advento do Estado Novo, em 1937, acabou registrando uma punição, típica das ditaduras, contra a poeta carioca. Contudo, em 1939 recebeu o Prêmio Olavo Bilac, da Academia Brasileira de Letras, onde nunca foi admitida, por ser mulher.
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Maravilhosa aos meu 11 anos me apaixonei pela poesia de Cecilia Meireles.