Sérgio Botêlho – Sob a alegoria de um pedaço de pano chamada bandeira, comumente está uma gente em grande ou pequena dimensão que se vê representada em valores e história por aquelas cores e símbolos distintos
Desde os tempos dos vexiloides, hastes em cuja ponta estavam fixados símbolos próprios de um determinado povo ou tropa, os seres humanos, especialmente em guerras, mostravam a necessidade de se fazerem representar por emblemas próprios.
Os vexiloides foram muito utilizados pelas legiões romanas e, por mimetismo, por outros povos que à época lutavam, gloriosa ou ingloriosamente, contra o Império Romano, a maior civilização da história ocidental entre 27 anos antes de Cristo a 476 depois de Cristo.
Essa representação simbólica evoluiu às bandeiras que embora não tenham substituído completamente os vexiloides, ganharam maior popularidade e extensão de uso, com destaque para a Idade Média, cujos povos continuavam em guerra permanente.
Chegando ao Brasil, nosso país já possuiu diversas bandeiras. Na largada, após o descobrimento, a bandeira da terra brasilis era a mesma de Portugal. Depois, segundo matéria do UOL, veio a bandeira de Dom João III.
Na sequência, a bandeira do domínio espanhol; a da Restauração; a do Principado do Brasil; a de Dom Pedro II, de Portugal; a do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarve; a do Regime Constitucional; a Imperial do Brasil; a Provisória da República; a Bandeira Nacional, de 19 de novembro de 1989, a atual.
A bandeira de João Pessoa, a capital paraibana, tem tudo a ver com a chamada Revolução Liberal de 1930, com forte referência à morte do então presidente do Estado, João Pessoa, assassinada em Recife no mês de julho daquele ano, fato que deu origem ao processo de tomada do poder nacional pelas forças capitaneadas pelo gaúcho Getúlio Vargas.
A bandeira de João Pessoa foi oficializada em data bem recente (1972), apesar da condição de terceira cidade mais antiga do país. A bandeira, ornada em listras horizontais vermelhas e brancas, tem uma tarja preta vertical e três coroas com a aparência de fortalezas, sendo cada uma delas com quatro torres.
As cores seriam uma homenagem a João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, mesmo motivo pelo qual a atual bandeira da Paraíba é vermelha, preta e branca. O vermelho representa a cor da Aliança Liberal e o preto, o luto que se apossou da Paraíba com a morte de João Pessoa.