
“Ninguém nasce odiando outra pessoa por causa da cor de sua pele, por sua origem ou por sua religião”. Foi o que, repetindo Mandela, o grande líder contra o apartheid da África do Sul, o ex-presidente norte-americano Barack Obama postou no twitter, para sucesso absoluto de seu post, referindo-se às manifestações racistas em Charlottesville, na Virgínia.
A frase, que encerra uma verdade inquestionável, lembra que nenhuma criança nasce racista ou radical religioso; isso, até que a família e a sociedade o modifique. Ou seja: havendo ambiente saudável de respeito às diferenças de crença ou de cor da pele, jamais uma criança se tornará um adulto racista ou excludente religioso.
A luta contra o apartheid na África do Sul, e, um pouco antes, no próprio Estados Unidos da América, na sangrenta cruzada universal contra o nazifacismo, ou nos embates contra o terrorismo que se utiliza da religião para agir, embora não devesse, parece muito distante, ainda, de construir uma consciência efetivamente universal de respeito às desigualdades.
Com efeito, não apenas nos Estados Unidos da América, mas, em diversos países do mundo, grupos radicalizados defensores de exclusivismos político, de gênero, religioso ou de cor da pele, agem, normalmente, com extremadas manifestações de ódio e violência para impor suas esquisitices.
Não é pessimismo considerar que ainda por muito tempo essas manifestações continuarão a pontificar mundo afora. E o que é pior: produzindo vítimas na esteira de espetáculos invariavelmente bizarros, desumanos e, mais do que tudo, extemporâneos, e, apenas, ridículos se não fossem trágicos.
Fora da casinha, esse tipo de pensamento exclusivista não agride apenas as consciências socialistas e libertárias. Agride, também, a própria construção do liberalismo econômico que, para que tenha sucesso, necessita indiscriminadamente de todas as cabeças pensantes, pertençam a que religião, a que gênero ou a que cor da pele pertencerem.
O racismo e o preconceito são raciocínios absolutamente nocivos ao futuro da Terra, uma vez que podem nos encaminhar, por conta do irracionalismo e da radicalização de seus atos, se necessário for, a uma guerra sem fim, não importando, para eles, se, ao fim e ao cabo, a humanidade vai sucumbir.
Penso que, quanto mais esse tipo de posicionamento for contestado, menos chance terá de continuar crescendo. Denunciar o racismo, o ódio e o preconceito, pois, deve ser obrigação de todos aqueles que amam a liberdade e acreditam em um futuro mais feliz e mais próspero pata a humanidade como um todo.
Sérgio Botêlho
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