Momento grave da política brasileira

Brasília – A presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça, ministra Cármen Lúcia, durante reunião para tratar da crise no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. O encontro está sendo realizado no Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Sérgio Botêlho

O grave momento político vivido no Brasil, acentuado após a prisão do ex-presidente Lula, só tende a piorar. As investigações não param e as diligências, também, conforme se viu, ainda nessa terça-feira, 10, com ações policiais contra amigos do presidente do Congresso Nacional, senador Eunício Oliveira.

Falar em Lula, o julgamento de uma ação do PEN, contra a prisão após condenação em segunda instância, que o ministro Marco Aurélio pretendia levar ao plenário do STF, hoje, fica, provavelmente, para a próxima semana. Os autores da proposta mudaram de advogados e pediram vista do processo, que foi concedido por Marco Aurélio.

O PEN não tem mais interesse na ação. Mas, o ministro Alexandre de Moraes diz que o partido não pode mais desistir da ação. Em todo o caso, o processo não poderá mais ir a plenário, esta semana, já que Marco Aurélio concedeu prazo de 5 dias de vista, aos autores.

As notícias dão conta, ainda, de que, na próxima semana, uma das turmas do Supremo deve votar o caso do senador Aécio Neves, ex-candidato do PSDB à Presidência da República, quando o mineiro pode virar réu, isto, por conta de suas ligações com o grupo JBS, vindas a público com gravações feitas por membros do próprio grupo.

Outras informações veiculadas na mídia revelam a preocupação do Ministério Público de São Paulo no sentido de que lhe sejam repassados, o mais rápido possível, os inquéritos referentes ao ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, único pré-candidato do PSDB à Presidência da República na eleição de outubro próximo. Ao deixar o governo, para se candidatar, Alckmin perdeu o foro privilegiado, e seus processos têm de retornar à primeira instância.

Pois bem. Entre os próximos inquéritos a serem debatidos e votados em turma do STF, um deles diz respeito ao pré-candidato Jair Bolsonaro, acusado de incitação ao crime de estupro quando num debate com a deputada Maria do Rosário, do PT do Rio Grande do Sul, na Câmara dos Deputados.

Também o presidente Temer vem sendo alvo indireto de ações policiais, a mando da justiça, desde a semana passada, que atingem diretamente amigos seus. O noticiário desta quarta-feira, 11, o de hoje, continua expondo detalhes dessas ações, e o Planalto teme uma nova denúncia contra o presidente desembarcando na Câmara dos Deputados.

Tudo isso, e mais a descrença que tem povoado a cabeça da população, joga enorme imprevisibilidade sobre a eleição presidencial de outubro próximo. A essas alturas, não há um só vivente, no país, hoje, dos menos aos mais ilustrados, que se arrisque em qualquer palpite a respeito de prováveis vencedores.

Agora, de positivo a notícia de que, no Rio de Janeiro, avançam as investigações a respeito do assassinato da vereadora Marielle Franco, do PSOL daquele estado, morta, juntamente com seu motorista, Anderson Gomes, em 14 de março passado.

Segundo os investigadores, há sinais de participação de grupos paramilitares, no crime, e, até já encontraram vestígios de impressão digital do provável criminoso. Elucidar esse assassinato é importante para o Brasil.

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