Sérgio Botêlho
MDB vive, no momento, um drama que se não resolvido rapidamente provocará sérios danos ao desempenho do partido, nas eleições de outubro. Falo da indecisão entre manter a candidatura Temer ou empinar de vez a candidatura Meirelles.
O problema maior é o tempo. Enquanto os demais partidos que buscam a Presidência da República surfam na onda das pré-candidaturas, inclusive, alinhavando possíveis acordos, o MDB velho de guerra patina na indefinição.
A impaciência começa a tomar conta das principais lideranças da legenda, embora haja uma boa quantidade de diretórios que não deseja que o MDB tenha candidato presidencial, a fim de facilitar a vida eleitoral dessas seções peemedebistas, na aldeia.
Porém, a maioria dos diretórios do partido quer candidato próprio, mas, até agora, não apareceu nenhum que defenda a candidatura do presidente Temer à sua própria vaga nas eleições de outubro.
Embora, por enquanto, não passe de um traço nas pesquisas de opinião pública a performance do ex-ministro da Economia, de Temer, e ex-presidente do Banco Central, de Lula, seus aliados entendem que ele teria elevada chance de crescer.
Os emedebistas favoráveis à candidatura Meirelles, se entusiasmam com ele assumindo o espaço do centro, inclusive, atraindo franjas sociais que votam em Lula e outros nichos mais radicalizados, à direita, que se alinham a Bolsonaro. Quem sabe, imaginam, tornando Meirelles o candidato da unidade nacional.
O sonho do MDB é ver Temer desistindo o quanto antes de sua candidatura, quem sabe, nesta terça-feira, 22, abrindo caminho para que Meirelles passe a ser, enfim, pré-candidato único do partido, inaugurando a temporada emedebista de campanha e de conversas sobre alianças.
Mas, há quem considere que Temer não desistirá, hoje, de sua candidatura, e, assim, continue alimentando o desejo de reeleição, impedindo que a sigla avance no processo de construção de sua candidatura própria, o quanto antes.
Somente no final do dia a gente vai saber.