21 de junho: Dia do Intelectual

O Dia do Intelectual é celebrado anualmente em 21 de junho

Esta data é uma homenagem a todas as pessoas que se dedicam ao ato de criação, imaginação, pensamento e reflexão sobre os mais diversos temas recorrentes da vida e do universo.

O termo intelectual deriva do latim tardio intellectualis, adjetivo que indica aquilo que, em filosofia, diz respeito ao intelecto na sua atividade teórica, ou seja, separado da experiência sensível – esta considerada como de grau cognitivo inferior. Na concepção aristotélica, eram definidas, como intelectuais, virtudes como ciência, sapiência, inteligência e arte, as quais permitiriam, à “alma intelectiva” – distinta da “alma vegetativa” e da “alma sensitiva” e entendida como princípio vital do Homem -, alcançar a verdade. No campo da metafísica, o termo indica a abstração, em contraposição à concretude e à materialidade.

Contemporaneamente, a definição do intelectual é geralmente construída pelos próprios intelectuais e segundo suas respectivas concepções, o que resulta em várias abordagens e definições do termo. Autores como Norberto Bobbio e Bernard-Henri Lévy concordam em pelo menos um aspecto: o intelectual se define social e historicamente, segundo o papel das ideias em uma dada sociedade. Segundo Bobbio, “toda sociedade em todas as épocas teve seus intelectuais ou, mais precisamente, um grupo mais ou menos amplo de pessoas que exercem o poder espiritual ou ideológico, em oposição ao poder temporal ou político.”

Ainda, intelectual é uma pessoa que se envolve em pensamento crítico, pesquisa e reflexão sobre a realidade da sociedade e que propõe soluções para os problemas normativos da sociedade. Vindo do mundo da cultura, seja como criador ou como mediador, o intelectual participa da política, seja para defender uma proposição concreta ou para denunciar uma injustiça, geralmente seja rejeitando ou produzindo ou estendendo uma ideologia e defendendo um sistema de valores.

Origem do termo

Geralmente, credita-se a introdução do termo “intelectual”, como substantivo, a Georges Clemenceau durante o caso Dreyfus. Clemenceau, ele próprio um proeminente dreyfusard, assim como Émile Zola, Octave Mirbeau e Anatole France, entre outros, publicou, em 1898, no jornal L’Aurore, um artigo intitulado “À la dérive”, no qual aparece o termo. Há, entretanto, indicações de que, por volta de 1890, o termo já fosse usado, como substantivo.

Clemenceau se referia então a especialistas de primeira ordem, luminares das respectivas áreas de conhecimento, os quais acreditavam ter o direito e o dever de se mobilizar em defesa de valores importantes quando estes não lhes parecessem adequadamente protegidos ou estivessem mesmo em risco em decorrência de ações das autoridades constituídas. Em conjunto, esses notáveis especialistas detêm um poder que, embora derivado de fontes diferentes, pode ladear e, eventualmente, contrapor-se ao dos políticos.

Também no século XIX, na Rússia pré-revolucionária, cunhou-se o termo intelligentsia para designar um grupo de indivíduos cultos, influenciados pelo ideário iluminista, críticos do regime tsarista e defensores de valores democráticos e reformistas. Os integrantes da intelligentsia eram, geralmente, membros da aristocracia rural ou dos setores mais ilustrados da pequena burguesia urbana. Contemporaneamente, os intelectuais representariam la haute intelligentsia (“a alta intelligentsia”) a que se refere Régis Debray – “o conjunto de indivíduos socialmente legitimados para exprimir publicamente suas opiniões pessoais acerca de questões públicas, independentemente dos procedimentos regulamentares a que se devem submeter os cidadãos comuns.”

FONTES:

https://www.calendarr.com/brasil/dia-do-intelectual/#:~:text=O%20Dia%20do%20Intelectual%20%C3%A9,da%20vida%20e%20do%20universo.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Intelectual

Por Sérgio Botêlho, na edição dos Destaques do Dia do Para Onde Ir

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