18 de julho: Dia Internacional de Nelson Mandela

No dia 18 de julho comemora-se o Dia Internacional Nelson Mandela, instituído em 2009 por uma Resolução da ONU

A data, mesma em que Mandela aniversariava, homenageia a atuação do sul-africano em resolução de conflitos, relação entre as raças, luta pela liberdade, justiça e promoção dos Direitos Humanos, reconhecendo sua dedicação a favor da igualdade racial, e sobretudo sua luta contra as duras políticas do Apartheid (sistema de segregação racial vigente na África do Sul).

Preso por 27 anos, Mandela (na verdade Rolihlahla Mandela, 1918-2013) nunca cultivou desejo de vingança contra seus algozes, ao contrário, quando foi libertado, em 1990, pregou a paz e a conciliação. Eleito em 1994 o primeiro presidente negro da África do Sul, conduziu o país a novos patamares de igualdade. Foi eleito Prêmio Nobel da Paz em 1993.

Na verdade Rolihiahia Dalibhunga Mandela, conforme o nome recebido de sua família, nasceu em 18 de julho de 1918 na União Sul-Africana, em uma família de nobreza tribal. Aos 23 anos teve a oportunidade de ocupar o cargo de chefia da aldeia em que crescera, mas recusou, seguindo para Joanesburgo, onde iniciou sua atuação política, pela qual viria a se destacar internacionalmente.

Em 1939, Mandela ingressou no curso de Direito, na Universidade de Fort Hare, a primeira Universidade da África do Sul a ministrar cursos para negros.

Por se envolver em protestos, junto ao movimento estudantil, contra a falta de democracia racial na instituição, foi obrigado a abandonar o curso. Mudou-se para Joanesburgo, onde se deparou com o regime de terror imposto à maioria negra.

Em 1943, concluiu o bacharelado em Artes pela Universidade da África do Sul. Continuou os estudos de Direito, por correspondência, na Universidade de Fort Hare (mais tarde receberia o título de “Doutor Honoris Causa”, na tentativa de compensar a sua expulsão).

Em 1944, junto com Walter Sisulo e Oliver Tambo, Mandela fundou a “Liga Jovem do Congresso Nacional Africano (CNA)”, que se tornou o principal instrumento de representação política dos negros. 

Também em 1944, Mandela casou-se com a enfermeira Evelyn Mase, com quem teve duas filhas e dois filhos. Em 1958 o casal se separou e, nesse mesmo ano, casou-se com a militante antiapartheid, Winnie Madikizela, com quem teve duas filhas.

Em 1956, Mandela foi preso pela primeira vez, acusado de conspiração. Em 1960, diversos líderes negros foram perseguidos, presos, torturados, assassinados ou condenados. Entre eles estava Mandela, que em 1964 foi condenado à prisão perpétua. Ficou 27 anos no cárcere na Ilha Robben, sendo libertado apenas em 1990. Em 1992, separou-se de Winnie.

Após longas negociações, Mandela conseguiu a realização das eleições multirraciais em abril de 1994. Seu partido saiu vitorioso, e Mandela foi eleito o primeiro presidente democrático da África do Sul.

Seu governo, com maioria no parlamento, acabou com o longo período de opressão aprovando importantes leis em favor dos negros. Em 1995, seu governo estabeleceu a Comissão de Verdade e Reconciliação, para analisar as violações de direitos humanos cometidas durante o apartheid. Foram esclarecidos vários episódios de violência cometidos pelo Estado. O objetivo era expor a dor causada e buscar uma reparação, sem revanchismos.

“Eu lutei contra a dominação branca e lutei contra a dominação negra. Eu tenho prezado pelo ideal de uma sociedade democrática e livre, na qual todas as pessoas possam viver juntas em harmonia e com iguais oportunidades. É um ideal pelo qual eu espero viver e que eu espero alcançar. Mas caso seja necessário, é um ideal pelo qual eu estou pronto para morrer”.

Em 1998, casou-se com Graça Machel, com quem criou uma fundação em defesa dos direitos humanos.

Mandela, que governou até 1999, infundiu na população o sentimento da conciliação nacional até eleger o seu sucessor, Thabo Mvuyelwa Mbeki.

O revolucionário recebeu mais de 250 prêmios e condecorações internacionais, incluindo o Nobel da Paz em 1993, a Ordem de Lenin, da antiga União Soviética, e o Prêmio Anistia Internacional por sua luta em favor dos direitos humanos.

O líder político faleceu em 5 de dezembro de 2013, aos 95 anos, e até hoje é reconhecido como o mais poderoso símbolo da luta contra o Apartheid, vigente na África do Sul de 1948 a 1994.

FONTE:

https://intrapr2.trf4.jus.br/wp-content/uploads/2021/07/f3db73c2fd73d2eeb3826cdffec9248a.pdf

Por Sérgio Botêlho, na edição dos Destaques do Dia do Para Onde Ir

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