Liberdade e democracia devem ser as armas da resistência ao ódio e ao terrorismo

Os iluministas na construção da liberdade e da democracia
Os iluministas na construção da liberdade e da democracia

Há, nos últimos dias, uma lista de acontecimentos trágicos a perturbar a paz na Terra, por que atentam contra os princípios humanos mais básicos do respeito à vida, e, principalmente, ao direito à liberdade e à democracia.

Em sua totalidade, os mais recentes episódios com mortos e feridos têm origem no ódio e no preconceito, sentimentos que deveriam ser estranhos ao humano. Mas, que, infelizmente, não é assim que acontece.

Os fatos sangrentos mais recentes ocorreram em Charlottesville, cidade considerada, até semana passada, o melhor lugar para se viver nos EUA, em Barcelona, metrópole de dezenas de línguas, na Espanha, em Ouagadougou, capital de Burkina Faso e em Surgut, na Sibéria.

Atentados anteriores nos Estados Unidos, na França, na Grã-Bretanha, na Suécia, em Berlim, em Bruxelas, na Dinamarca, em países africanos e no Oriente Médio, seguem o mesmo script terrível: grupos religiosos e/ou ideológicos se acham no direito de exterminar quem não pensa como eles.

Não diferem, em absolutamente nada, nem na forma de agir, com experiências autoritárias, ou bem perto disso, como na Coreia do Norte, na Venezuela, em alguns países árabes e africanos, ou na América Latina de tempos atrás.

Seja qual lado defendam, os extremistas raciocinam de forma idêntica: nós, que estamos certos, somos donos da Verdade, ou por revelação ou por inteligência, temos de nos livrar, seja lá como for, daqueles que ainda não tiveram a suprema iluminação de pensarem iguais a nós, ou por que são “burros” ou por que são “mal influenciados”.

Daí, tratam simplesmente de tirar de circulação ou de eliminar os adversários “burros” ou “mal influenciados” do caminho, pela cadeia ou pela eliminação física. No caso do terrorismo, um objetivo tático a mais: levar, pelo assassinato de inocentes, o pânico e o medo ao campo adversário.

É mais do que tempo de os indivíduos de boa vontade agirem contra o ódio e a intolerância, seja ela que matiz ideológica ou religiosa venha a ter, por que a violência e o autoritarismo nunca construíram e jamais irão construir algo de importante para o futuro. Apenas se dedicam a destruir.

Mesmo com todas as guerras já acontecidas, e alvo constante de ataques terroristas, e, ainda, com todos os defeitos naturais às comunidades humanas, o Ocidente é o que é hoje na Ciência e na Tecnologia exclusivamente por conta do respeito que ainda mantem pela liberdade.

A crescente corrente em favor do respeito à diversidade humana vem fazendo com que a ciência e a economia possam desfrutar das melhores cabeças para novas descobertas científicas, novas tecnologias, novos modelos econômicos, e novas práticas de negócios. Enquanto países autoritários excluem, e perdem inteligências, o Ocidente busca sempre mais incluir, aproveitando todo a inteligência à disposição.

Não é possível vencer mais essa quadra obscura da humanidade sem isso, quer dizer, sem a defesa cada vez mais intransigente da liberdade e da democracia, pois foi assim que viemos nos construindo nos últimos séculos e é assim que continuaremos a construir o futuro.

Corajoso e determinado, o presidente do governo da Espanha, Mariano Rajoy, em meio ao luto no país, declarou que a resistência do seu país ao terrorismo se dará exatamente com democracia e liberdade, como realmente deve ser.

Nas ruas, o povo espanhol chora os seus mortos, mas, destemido, aproveita para declarar amor incondicional à liberdade e à democracia, assim como já fizeram os povos franceses, belgas, ingleses, e muitos outros, em situações semelhantes.

Liberdade e democracia, cada vez mais ampla, geral e irrestrita, deve ser a palavra de ordem a conduzir nossa rebeldia permanente contra o ódio e a violência como forma de estabelecer crenças ideológicas ou religiosas. Creio que é assim que devem agir todos os que creem num futuro melhor, ao menos, para os nossos netos.

Sérgio Botêlho

 

 

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