Passaporte da vacina: medida de salvação econômica e de vidas

Sérgio Botêlho (Para Onde Ir) – Ao levantar a proposta do passaporte da vacina, o mundo está de olho na recuperação da economia e na preservação de vidas humanas

Em meio a uma tragédia como a que o mundo continua atravessando, as propostas que permitam superar o desespero com a economia e com a vida humana surgem com a marca da esperança.

Uma delas é a do passaporte da vacina, que emerge da cabeça dos experts como uma ideia salvadora, em especial, da economia do turismo, mas também que busca incentivar a vacinação e, portanto, favorecer a vida.

No Brasil, já existe, até, uma proposta parlamentar devidamente aprovada pelo Senado Federal – e, anote-se, por unanimidade – de criação do Certificado de Imunização e Segurança Sanitária (CSS). Na prática o tal passaporte da vacina.

Pela proposta, o Certificado de Imunização e Segurança Sanitária (CSS) poderá ser utilizado para autorizar a entrada em locais e eventos públicos, o ingresso em hotéis, cruzeiros, parques e reservas naturais, entre outras possibilidades.

Revoltado, o presidente Jair Bolsonaro tão logo soube da novidade adiantou a quem o quisesse ouvir que vai vetar a proposta caso ela seja aprovada pelo Congresso Nacional, e lhe chegue às mãos para que se cumpra o capítulo constitucional da sanção.

Na opinião do mandatário brasileiro, o mal da proposta, assinada pelo jovem senador Carlos Portinho (PL-RJ), que substituiu o falecido senador fluminense Arolde de Oliveira, vítima da Covid-19, é o de, na prática, obrigar os brasileiros a se vacinarem. O presidente é contra.

Em todo o mundo, o maior pomo da discórdia sobre a criação do passaporte da vacina está longe de ser esse, aí. A não ser da parte de negacionistas contrários à vacina, que buscam por todos os meios evitar o seu (da vacina) prestígio.

O debate que se instalou, a partir da proposta, envolve questões relacionadas à discriminação, especialmente com relação às populações mais pobres e àqueles que por qualquer motivo, inclusive de doenças, não tiveram condições de serem vacinados.

Na parte em que a vacina serve de exemplo para a vacinação não há expressividade nos questionamentos, é preciso reafirmar, a não ser da parte, como já dissemos, dos negacionistas de sempre que lutam diuturnamente contra as vacinas.

O passaporte da vacina, de forma mais premente, vai beneficiar o setor do turismo, de longe, a parte da economia mais afetada pela pandemia, restaurando um pouco da confiança nas viagens, confiança este profundamente abalada pela pandemia.

Como não há tempo para debates mais profundos sobre as questões éticas que envolvem o passaporte da vacina, diante da situação internacional da economia do turismo, e a necessidade de se salvar vidas, a tendência é de o passaporte da vacina ser aprovado na Europa e nos países mais avançados do mundo.

Se o presidente vetar a possível aprovação da proposta, no caso de ser favoravelmente votada pelo Congresso Nacional, o Brasil vai ficar à margem dos esforços mundialmente empreendidos para a recuperação econômica do planeta. Lamentavelmente.

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